sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Paciente tira selfie com doadores e aumenta estoque de banco de sangue

Franciele Salmória, que criou a campanha em Curitiba, trata uma leucemia. 
Doações no hospital em que ela está internada aumentaram em 50%.


Quando a gerente de contas Franciele Salmória, 32 anos, descobriu que estava com leucemia, não imaginava que a doença seria uma oportunidade para ajudar tantas pessoas. Motivada pela dificuldade, ela criou uma campanha para incentivar a doação de sangue e medula óssea. Em pouco tempo, a ideia fez dobrar o número de doações no Hospital Nossa Sra. das Graças, em Curitiba onde faz tratamento. Além disso, bancos de sangue de outros locais também passaram a receber mais doações por causa da campanha.
Segundo a Franciele, o projeto começou sem querer. “Meus amigos vinham doar sangue para mim e queriam me visitar, mas não podiam, por causa da minha imunidade. Aí, eu saía na janela e eles tiravam uma ‘selfie’ comigo”. As fotos eram postadas com as hashtags #chamaafran e #correntedoamor e compartilhadas nas redes sociais. “Com essa divulgação, várias pessoas que eu nem conhecia vieram no hospital para doar sangue em meu nome e tirar uma foto comigo na janela”, contou.
Até mesmo as crianças participam da campanha. “Elas pediam para os pais virem doar sangue e depois tiravam a foto”, disse. Com tanta repercussão, Franciele resolveu criar a página “Coloque Vida nos seus Planos”, no facebook, “No começo do meu tratamento eu não queria expor a doença, mas depois, quando a situação ficou mais grave, eu percebi que as fotos na janela eram uma maneira de personalizar a doação de sangue e medula óssea  e não ajuda só a mim, ajuda a todos que precisam”, explicou.
Franciele, 32 anos, faz tratamento contra leucemia (Foto: Franciele Salmória/ Arquivo Pessoal)Franciele, 32 anos, faz tratamento contra leucemia
(Foto: Franciele Salmória/ Arquivo Pessoal)
Para a gerente de contas, o carinho das pessoas é muito importante durante o tratamento. “Me motiva bastante. Outro dia eu estava me sentindo fraca, desanimada e quando comecei a receber o sangue, senti toda a energia das pessoas. Eu percebo que não estou sozinha”, contou emocionada. 
Tratamento
Franciele deve passar por um transplante de medula óssea em setembro ou outubro deste ano. “Eu tenho uma irmã gêmea e achei que ela seria minha doadora, mas ela era 0% compatível. Mas outra irmã, que mora na França, fez o exame e é 100% compatível”, comentou. Mesmo após o transplante, ela deve continuar com a campanha. “Se eu conseguir ajudar uma única pessoa a achar uma medula óssea compatível, tudo terá valido a pena”, complementou. 
Quem quiser ajudar, pode doar sangue ou fazer o cadastro como doador de medula óssea no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná(Hemepar), em Curitiba, que fica na Travessa João Prosdócimo, n° 145, no Alto da XV. Depois, a pessoa pode passar no Hospital Nossa Senhora das Graças, que fica na rua Alcidez Munhoz, nº 433, Mercês e tirar uma foto com a Franciele e ajudar na campanha. “ Tem uma faixa na janela. Eu atendo todo mundo. Só não posso sair quando estou fazendo algum exame”, explicou.
Página no Facebook auxilia na divulgação das imagens (Foto: Reprodução/Facebook)Página no facebook auxilia na divulgação das imagens (Foto: Reprodução/Facebook)
Funcionários do hospital em que está internada tiram 'selfie' com Franciele (Foto: Franciele Salmória/ Arquivo Pessoal)Funcionários do hospital em que está internada tiram foto com Franciele (Foto: Franciele Salmória/ Arquivo Pessoal)
Doadores após se cadastrarem